Inteligência emocional ou fruto do Espírito?

Tem muita gente encantada com os estudos de inteligência emocional. Palestras sobre isso já são comuns nas igrejas evangélicas. Conquanto todo conhecimento tenha o seu proveito, a inteligência emocional não corresponde à verdadeira transformação que o Espírito Santo produz no convertido. Uma pessoa pode aprender sobre inteligência emocional e até experimentá-la em sua vida. Mas o fruto do Espírito, que inclui o domínio próprio, somente pode ser alcançado por uma intervenção sobrenatural de Deus em nosso espírito. O resto é técnica comportamental, é condicionamento, é a força da mente sobre o corpo, o que não é de todo ruim, mas nem de longe se trata transformação espiritual. As práticas devocionais como a oração, a leitura da Bíblia e a comunhão com os irmãos são infinitamente mais edificantes do que os estudos sobre inteligência emocional e técnicas psicológicas. Coloquemos nossos pensamentos sob o escrutínio de Deus através de orações sinceras e dos estudos das Escrituras Sagradas. Gente de Deus rege a sua vida pela Palavra de Deus em primeiro lugar. Deus nos chamou para ensinar as mensagens da Bíblia: “Prega a palavra, insta, quer seja oportuno, quer não, corrige, repreende, exorta com toda a longanimidade e doutrina” (2Tm 4.2). Os que ensinam em nossas Igrejas, em nome de Jesus, voltem a ensinar ao povo de Deus os princípios bíblicos, reabram as Escolas Dominicais, discipulem com capítulos e versículos da Bíblia, orem com o povo de Deus, expliquem e apliquem o texto bíblico aos seus ouvintes. Precisamos apresentar a Deus uma igreja transformada, lavada pela Palavra e cheia do Espírito Santo. Pr. Luiz César Nunes de Araújo – Presidente da ICEB

“COMBATI O BOM COMBATE, COMPLETEI A CARREIRA, GUARDEI A FÉ”

2Timóteo 4.7 No dia 25 de outubro de 2024, o SENHOR DEUS chamou o Pr. John Dunachie Barnett para estar com Ele. A notícia do seu falecimento trouxe tristeza aos nossos corações, mas, por outro lado, o conforto de que o servo de Jesus descansa no gozo eterno. Em 18 de setembro de 1962 o Pr. Barnett chegou ao Brasil e, no ano seguinte, começou a aprender a língua portuguesa na cidade de São Paulo. O Pr. Mário Porto Filho foi um que o ajudou com os assuntos relacionados ao Brasil. No primeiro semestre de 1964, o Pr. Barnett liderou uma campanha denominada “Cristo é a resposta” junto com seis igrejas em São José dos Campos – SP. Em fevereiro de 1964, desembarcou em São Paulo a jovem Ann Gilchrist, a noiva amada que chegava de navio vindo do norte da Europa. Ela ficou três meses residindo com o Pr. João Arantes Costa e sua esposa, D. Nilza Costa, na casa pastoral da Igreja Cristã Evangélica Paulistana. Após chegar ao Brasil, a irmã Ann passou a ter aulas da língua portuguesa. Em 29 de agosto de 1964 o Pr. John Barnett e Ann se casaram, tendo como ministro oficiante da cerimônia o Pr. João Arantes. Após um mês de casados, eles começaram a desenvolver o ministério pastoral na Igreja Cristã Evangélica de Jacareí – SP, e por lá ficaram até dezembro de 1965. Nesse local realizou um ministério profícuo e marcado pela boa exposição da Escrituras Sagradas e com um grande envolvimento da membresia. Em 1966, Pr. John Barnett e Ann Barnett se deslocaram para dirigir o Seminário da Igreja Congregacional em Pedra de Guaratiba – RJ, onde permaneceram até 1967, e ali nasceram suas filhas Carol e Janine. Em seguida, esta abençoada família seguiu para a Escócia e para a Inglaterra com o objetivo de prestar relatórios e divulgar missões em sua terra natal. Em janeiro de 1969 estavam em Belo Horizonte – MG e, de 1970 a 1980 na Igreja Paulistana – SP onde lideraram o Instituto Bíblico do Brasil. Nesse tempo, o Pr. Jessé Pereira Alcântara era o pastor da ICE Paulistana. Os estudos no IBB aconteciam em quatro noites da semana. Nesse período nasceram os dois filhos, David e Paulo. De 1981 a 1983, o Pr. John Barnett assumiu a reitoria do Seminário Bíblico Goiano (hoje o SETECEB). Em 1985, ele, o Pr. João Arantes e outros pastores da cidade de São José dos Campos fundaram o CETEVAP (Centro de Estudos Teológicos do Vale do Paraíba), que logo teve 150 alunos e onde vários pastores receberam treinamentos. Em 1994 o Pr. Barnett assumiu a Editora Cristã Evangélica, que hoje produz material para Escola Bíblica Dominical (EBD) que atende a várias Denominações. O Pr John Barnett também desenvolveu outros trabalhos. Ele foi Secretário de Missões da Região São Paulo de 1972 a 1973, de 1986 a 1987 foi presidente da MEAR-VP e foi também Secretário Ministerial desta mesma Região por alguns anos. O que podemos dizer a respeito desse servo de Jesus? Podemos dizer que ele foi um discípulo de Cristo dedicado e fiel no serviço de nosso Salvador Jesus. Sempre esteve envolvido e compromissado com vários trabalhos da ICEB e participando dos eventos promovidos pela Denominação. Um dos últimos que ele participou foi o Retiro dos Obreiros em 2023, em Anápolis; ele chegou para o Retiro com bastante alegria e disposição juntamente com sua querida esposa, irmã Ann, e foi bem presente nas comemorações de aniversário da nossa Editora. Sempre foi firme e empolgado em cooperar na obra de Cristo. Ele foi, com certeza, um pastor exemplar, um esposo exemplar, um pai exemplar e um avô cuidadoso com seus netos. Em nome da Igreja Cristã Evangélica do Brasil, de todos os seus obreiros e de suas Igrejas, agradecemos a Deus pela vida desse amado irmão pelo ministério que ele desenvolveu conosco ao longo de sua vida. À irmã Ann Barnett, que sempre esteve ajudando em tudo ao lado do seu esposo, e também a seus filhos, a nossa gratidão. Rogamos agora ao Senhor que Ele conceda o consolo aos corações dos familiares. O legado deixado pelo Pr. John Barnett permanece vivo em nossa mente. Pr. Gilberto Melo – Diretor do DM

SEDE MISERICORDIOSOS

“Mais de Cristo eu quero ser.Mais por Ele aqui viver!Ter a Sua compaixão,Seu amor e mansidão!Mais, mais de Cristo.Mais, mais de Cristo.Mais do Teu puro e santo amor!Mais de Ti mesmo, salvador!”John Robson Sweney (Salmos e Hinos, 338). Aprendemos a cantar os hinos de Salmos e Hinos com uma reverência quase que sagrada. Fomos ensinados que eles são confiáveis e gozam da reputação de serem doutrinariamente muito saudáveis! Cantamos os temas da teologia ensinada pelos nossos missionários pioneiros e temos a sensação segura de que essas doutrinas são, de fato, um extrato de estudo bíblico sério e piedoso. O hino que inicia essa reflexão deixa claro que somos beneficiários dos atributos “comunicáveis” de Deus, e que por isso podemos desejá-los de todo o coração. Assim como recebemos a Cristo como Senhor, também devemos andar nEle (Cl 2.6)! Se tivermos mais de Cristo em nós, então teremos mais de sua compaixão, por exemplo!! Em artigo publicado aqui na Revista Cristã on-line, o Pr. Gilberto Rodrigues conceitua misericórdia ou compaixão como “dor que nos causa o mal alheio, participação da dor alheia com o intuito de dividi-lo com o sofredor”. Os registros bíblicos atestam claramente o caráter bondoso, misericordioso mesmo, do Senhor. Só um Deus misericordioso poderia visitar uma família em pecado no trágico evento do Éden. A mesma compaixão se percebe na proteção oferecida à família de Noé (e, por extensão, a toda a humanidade) no evento do dilúvio. O Deus da misericórdia pode ser visto na história de indivíduos como Hagar, por exemplo, ou na vida de uma nação, como no caso de Israel. Evidentemente, Deus é Deus de misericórdia – e devemos ser muito gratos porque “as misericórdias do Senhor se renovam em nosso favor a cada manhã” (Ec 3.22). O Senhor Jesus nos alerta que devemos ser misericordiosos exatamente como é misericordioso o nosso Pai (Lc 6.36). Ele próprio se compadece dos enfermos e daqueles que são oprimidos pela ação do Diabo. Ele se compadece da mãe que está a caminho do cemitério com seu único filho (Lc 7.11-17) ou diante da rebeldia da cidade de Jerusalém (Mt 23.37). Ele chora diante do túmulo de Lázaro e da dor de suas irmãs (Jo 11.35). Ele olha com compaixão para Pedro quando este havia negado que O conhecia… Como cristãos, devemos ser como Cristo é (Ef 4.1). Somos bem-aventurados exatamente quando somos misericordiosos, e desse modo alcançamos também misericórdia (Mt 5.7). Trata-se de um imperativo e requer uma atitude – uma decisão moral em obediência a Deus. Egoísmo, indiferença ao sofrimento do próximo, qualquer forma de prazer em saber que o próximo passa por alguma forma de angústia, são sentimentos que destoam da natureza essencial dos filhos de Deus. Finalmente, compaixão sem ação se tornará uma expressão vazia e distante da natureza dos filhos de Deus. Devemos amar “em fato e em verdade”, e não apenas com os nossos lábios (Mt 15.8,9). É necessário transformar sentimentos em ação de amor e compaixão: “Deus amou… e deu o seu filho unigênito!” (Jo 3.16). Seremos compassivos para com o nosso próximo quando tomarmos atitudes práticas e efetivas em favor daquele que necessita de nossa ajuda. Aliás, foi exatamente isso que o Senhor Jesus no ensinou na parábola do bom samaritano (Lc 10.25-32). Pr. João Batista Cavalcante – ICE Central de Goiânia

PLANTADORES, OREM!

Quando lemos a história de Neemias e a reconstrução do muro de Jerusalém ficamos impressionados não apenas com o feito realizado como também com a pessoa de Neemias, por suas inúmeras qualidades. É perceptível que esse homem de Deus era sensível à dor do outro, tinha uma grande capacidade de liderar e possuía uma habilidade administrativa ímpar, dentre tantos outros predicados. Existe, porém, uma característica em Neemias que, com frequência, não percebemos. Neemias era um homem de oração. Em várias passagens dessa narrativa encontramos o personagem principal orando. Neemias orou ao saber da situação de seus compatriotas e de Jerusalém (1.1-4). O texto nos informa que ele se sentou, chorou, lamentou, jejuou e orou. Ainda no capítulo 1 Neemias orou, pedindo perdão a Deus pelos pecados da nação e de seus próprios pecados, pois sabia que a situação de Jerusalém era consequência direta de uma vida pecaminosa. E, no final do capítulo, Neemias orou pedindo a Deus uma oportunidade, e quando ela chegou ele ora novamente (cap 2). A ocasião que ele desejara estava em suas mãos, e o que ele faz? Ora mais uma vez. Que homem admirável! E digo isso, pois creio que qualquer um de nós agiria em vez de orar. Você consegue perceber que Neemias ora antes de agir, que lição preciosa. Neemias tinha em mente que não poderia falhar. Ele não poderia perder essa chance de fazer pedidos pontuais ao rei, pedidos esses que deveriam estar de acordo com a vontade de Deus para que se concretizassem. Precisamos urgentemente aprender essa lição com Neemias, a saber “oração nunca é demais”! Precisamos orar quando tomamos consciência da situação da vida de pessoas que nos cercam. Necessitamos orar pedindo a chance de sermos instrumentos de Deus. Mas não podemos deixar de orar quando essas oportunidades chegam até nós. Se orarmos assim a chance de estragarmos as oportunidades que Deus nos concede será bem menor. Perceba que Neemias orou novamente e então fez sua petição ao rei. Ao orar ele sabe o que deve pedir, tem ciência de como deve aproveitar a oportunidade que Deus lhe deu. Ele orou e agora tem a aprovação divina para fazer o pedido adequado ao rei. Quantos de nós têm se esquecido da preciosidade que é ter uma vida de oração, e isso é particularmente complicado para pessoas resolutivas e de ação. Isso é muito complexo para plantadores, pois somos treinados e tentados a pensar que ativismo religioso é mais importante do que o tempo no quarto de oração. Precisamos, porém, lembrar de Neemias, um homem que fez muito, mas antes de fazer, ele orou. Devemos ter cuidado com o fato de que muitas vezes as diversas atividades que temos que realizar podem nos fazer ativos no trabalho, mas distantes de Deus. Plantadores correm esse risco, pois com frequência em plantações de igrejas não temos mão de obra para nos ajudar, então acabamos por nos envolver em várias frentes de trabalho. Isso pode nos levar a um ativismo religioso pecaminoso, pois estamos fazendo muito, mas sem nenhuma vida espiritual sadia. Oferecemos muito de Deus para as pessoas, porém temos muito pouco Dele. A regra é clara, como diria certo comentarista esportivo, Deus usa aqueles que estão cheios Dele, mas às vezes Deus usa aquele que Ele tem. Por isso, estejamos atentos: o que aprova nossa vida espiritual não é o trabalho que realizamos, o que condecora nossa vida com Deus é comunhão intima e sincera com Ele. O que confirma a qualidade de nossa vida espiritual não é o nosso serviço, mas o que nosso Pai celestial vê em secreto. Lembre-se que, para Deus, o secreto é mais importante do que aquilo que apresentamos em público. E quando falamos da necessidade da oração não estamos desconsiderando a importância do estudo contínuo. Engana-se quem pensa assim. O ponto que ressaltamos é que o quarto de oração tem sido esquecido. Plantadores precisam ter uma vida de oração, pois o chamado de Deus não é para um “parque de diversão”. A santa vocação que recebemos é para travar batalhas, é guerra renhida. Plantar uma nova igreja é um privilégio e Deus poderia ter escolhido qualquer um para essa nobre missão, mas Ele nos escolheu. Devemos orar, querido colega plantador de igreja, pois a obra de Deus é realizada em total dependência de Deus. Não há outra maneira de sermos bem-sucedidos sem a ação do Espírito através de nós. É o Espírito que convence os eleitos do pecado, da justiça e do juízo. Deus é que dá o crescimento da igreja. É o soberano Senhor que determina o tamanho da comunidade e o alcance do nosso ministério. Precisamos lembrar que a obra de Deus é realizada com a MEAN, sem a MEAN ou apesar da MEAN, mas nunca, em nenhum momento, jamais, sem a total dependência do Espírito de Deus. Por isso necessitamos de uma vida de oração intensa. Não estamos falando de uma vida devocional fria ou mecânica. O que tratamos aqui é de uma vida de oração que busque uma comunhão abundante com o Senhor da Obra! Plantadores, orem! Seguidamente, intensamente e intencionalmente. Neemias orou ao saber da situação de seus compatriotas, precisamos orar por todo local com pessoas não convertidas e sem uma igreja saudável. Neemias orou pedindo a Deus uma oportunidade, igualmente é necessário clamarmos a Deus por oportunidades para sermos seus instrumentos. Neemias orou quando a oportunidade chegou, que possamos da mesma forma orar para que não venhamos a atrapalhar aquilo que Deus deseja fazer nas pessoas, nos bairros, nas cidades e em um país. Pr. Natanael Tussini – Diretor do DEIPRI

POVO DE DEUS, NÃO SE AMOLDE A ESSE MUNDO

Escrevo este texto no calor da perda do jornalista brasileiro Ricardo Boechat [1], num acidente de helicóptero em São Paulo. O acidente numa rodovia de grande movimento de carros, o que se tem dito é que uma das vítimas pulou do helicóptero tentando se salvar, porém partes da aeronave ficaram em cima do seu corpo. Uma mulher que estava num carro passando, e viu o ocorrido, desceu para dar socorro e tentar ajudar. Ela viu movimento de pessoas no acidente, porém foi impedida por outras pessoas de tentar o resgate, com alegações de perigo eminente. Ela, não satisfeita, vê que o motorista de um caminhão no qual o helicóptero havia se chocado estava vivo e preso nas ferragens. Que cena desesperadora. Que tensão. Diversos vídeos nas redes sociais estão mostrando a mulher lutando bravamente com mais dois homens pela vida do motorista. Aqui começa minha reflexão. Quero refletir não nas tentativas dessas pessoas em salvar alguém, porém na imagem chocante das pessoas preocupadas em filmar e não em ajudar. Que geração é essa? Que tipo de pessoas nos tornamos? Diversas pessoas ao redor do acidente, gravando e não se preocupando com as vítimas, preocupados tão somente em registrar e repassar os vídeos. Na Palavra de Deus temos exemplos de pessoas que ficaram pacíficas diante de cenas absurdas. Um exemplo é o momento da execução de Estevão (Atos 7.57-58 – versão NVI) [2]: Mas eles taparam os ouvidos e, gritando bem alto, lançaram-se todos juntos contra ele, arrastaram-no para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo. As testemunhas deixaram seus mantos aos pés de um jovem chamado Saulo. O texto bíblico nos informa que “todos” estavam contra Estevão. Fico imaginando esse cenário: muitos ficaram ao redor apenas observando, inertes, sem terem reações, não fizeram nada para salvar aquele homem, não falaram nada e não se moveram. E acredito que se tivessem celulares ou filmadoras estariam mais preocupados em filmar do que em salvar ou se preocupar em salvar Estevão, ou quem sabe nem quiseram ouvir o testemunho dele. Na nossa realidade parece-me que as pessoas estão mais felizes em apenas observar “o” passar da vida do que de fato viverem a vida. Preferem ver a vida através das telas de seus dispositivos eletrônicos, do que em se envolver, acredito que muitos ainda vivem o “Mito da Caverna [3]”, acorrentados e presos, apenas vislumbrando as sombras e os “quem sabe” da vida. Quantas injustiças, quantos ataques à infância, quanta violência contra a mulher, contra as minorias, e as pessoas acham já resolvem simplesmente mandando um “post” dizendo que apoiam, que são contra essas atitudes. Ou que somente criticando por meio da internet já seria suficiente. Ledo engano. Quantos erros podemos estar praticando. A Bíblia nos alerta sobre o nosso proceder, Paulo ao escrever em Gálatas 6.6-7. O que está sendo instruído na palavra partilhe todas as coisas boas com quem o instrui. Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá. O que nós, homens modernos, temos semeado? Temos deixado que pessoas desconhecidas entrem em nossas casas, através da TV e Internet, nos ensinando que roupa devemos vestir, que carro devemos comprar, que temos que fazer dieta, que temos que fazer isso ou aquilo? Temos tido a errada visão de que apenas observar é melhor que participar? Somos povo de Deus (I Pedro 2.9 Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz). E como tal, devemos ter comportamentos diferentes, não devemos nos corromper com o presente século (Romanos 12.2) Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Devemos ter um procedimento puro, santo. A sociedade precisa de pessoas compromissadas com a verdade, com bom caráter, com personalidade de cristão, identificadas com o verdadeiro cristianismo. Que o Senhor Jesus Cristo, nos ajude nessa caminhada. Somente a Ele a glória. [1] https://pt.wikipedia.org/wiki/Ricardo_Boechat [2] Versão da Bíblia Nova Versão Internacional [3] https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/mito-caverna-platao.htm Pr. Darcí Júnior

MINISTÉRIO MARCADO PELA COMPAIXÃO

O Evangelho de Marcos foi escrito para crentes romanos, especialmente aos gentios. Seu propósito é produzir em seus leitores o compromisso de fé na Pessoa de Jesus Cristo como Servo de Deus e em Seu sacrifício pela humanidade. No Evangelho, Marcos demonstra como o Servo (Jesus) de Deus desenvolveu seu ministério em seu tempo. Em seu contato com os gadarenos, e especialmente com aquele homem endemoninhado, Jesus demonstra em seu ministério compaixão por aquele que sofre as crueldades de Satanás. A hostilidade de Satanás na vida daquele homem, o levou a viver nos sepulcros; vivia inquieto, andando noite e dia gritando e ferindo-se com pedras. As pessoas da cidade o prendiam com cadeias e correntes sem nada resolver. De fato, Jesus bem disse que o ladrão veio para matar, roubar e destruir (João 10.10). Quão terríveis eram os sofrimentos deste homem. Imagino que sua família sofria com os dias de escuridão, tristeza e dor deste rapaz. É neste cenário que Jesus Cristo juntamente com os seus discípulos chega as regiões de Gadara. E, também neste episódio podemos perceber que o ministério de Jesus, o Servo de Deus, foi marcado pela compaixão. Uma definição de compaixão é: dor que nos causa o mal alheio, participação da dor alheia com o intuito de dividi-la com o sofredor. O ministério de Jesus Cristo, o Servo de Deus, foi pautado pela compaixão pelas pessoas de sua época. Sentimento que ainda deve manter em nossos ministérios em cooperação com o Reino de Deus. Compaixão de Jesus que demonstrada através alguns gestos ou atitudes d´Ele. Primeiro, Jesus demonstra sua compaixão pelo pecador ao aproximar do homem endemoninhado. Aproximar daquele homem violento (feria-se com pedras), cheirava mal, inquieto e nu não era fácil. Um marginalizado pela sociedade. Esta aproximação demonstra que Jesus se importava com o pecador. Jesus revela interesse ao se aproximar e permitir que ele se aproxime. Bem ao contrário daquelas pessoas que só queriam ficar livre das ações impróprias do endemoninhado. Vivemos num tempo de individualismo e egoísmo. Cada um no seu quadrado. Mas, as pessoas sofrem. Como saberemos do sofrimento do outro se não aproximar e romper as barreiras? Todo o contexto de vida do endemoninhado de Gadara não foi obstáculo para Jesus, mas o homem foi objeto da compaixão de Jesus. Segundo, Jesus demonstrou sua compaixão pelo pecador quando liberta da tirania dos demônios e traz a paz, harmonia e serenidade através do Reino de Jesus em sua vida agora (vv.6-15). Aquele que vivia no cemitério, andando noite e dia, ferindo-se com pedras e que ninguém podia dominá-lo, agora ele está assentado (antes andava noite e dia), vestido (andava nu e mostrando suas vergonhas) e em perfeito juízo. Ele agora tem dignidade humana. Todas essas transformações vieram porque Jesus teve compaixão ao se aproximar e libertar das amarras e crueldades dos demônios. Terceiro, Jesus demonstrou sua compaixão pelo pecador quando transformou o homem endemoninhado num servo engajado na missão de pregar o Evangelho de Jesus aos seus. O homem que não tinha propósito na vida, agora tem uma missão “Vai para tua casa, para os teus. Anuncia-lhes tudo o que o Senhor te fez e como teve compaixão de ti” (v.19). O homem que não tinha sentido de viver, agora ele tem o novo significado de viver na Pessoa de Jesus Cristo. O homem que trazia tantas preocupações e tristezas as pessoas à sua volta, agora transmite a mensagem de salvação, do perdão em Jesus, da reconciliação através de Cristo. Aquele que era tido como problema para tantos, é agora um representante de Jesus naquela região. Que transformação maravilhosa! Diz o texto que as pessoas ficaram admirados. A compaixão de Jesus por ele foi essencial para a vida dele e o seu engajamento na pregação do evangelho naquela região. A Palavra de Deus no ensina que devemos ter o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus nosso SENHOR (Filipenses 2:5) “Tende em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus”. A compaixão foi uma marca no ministério de Jesus. No evangelho de Lucas (19.41-44), quando Jesus chega nas proximidades de Jerusalém, ele chora porque as pessoas ali não reconheceram a oportunidade da visitação do Cristo. Ele se compadece. Oremos para que sejamos pelo Espírito Santo capacitados a compadecer de uma geração hoje mergulhada em seus pecados tantos. Há muita gente enganada, cegos e sofrem as mazelas desde mundo caído. Muitas vezes pregamos sem compaixão pelo pecador, por isso, devemos buscar em oração para que Deus nos humilhe e nos dê compaixão pelas pessoas. Apesar de toda a compaixão demonstrada por Jesus, o Servo de Deus, a população solicitou para que Jesus se retirasse deles depois que os porcos se afogaram no mar. Será que o feito de Jesus não tocou o coração daquela gente?! Isso mostra que há muita gente mais preocupada com os “porcos” que com vidas que sofrem. Que tragédia! O fato é que apesar dos riscos devemos demonstrar sempre compaixão em nossos ministérios. Que Deus nos abençoe e nos ajude. Gilberto Melo Diretor do DM

AS MARCAS DE UMA VIDA CONSAGRADA

Gênesis 32.22-32. Por que alguns crentes vivem uma vida cristã monótona e sem realizações? Vejamos o que diz o relatório do Dr. Roland Leavell sobre os crentes dos Estados Unidos: 20% nunca oram; 25% nunca leem a Bíblia; 30 % nunca vão à igreja; 40% nunca contribuem para nenhum fim; 50% nunca vão à escola dominical; 60% nunca vão aos cultos da noite; 70% nunca fazem para missões; 80% nunca vão às reuniões de oração; 90% nunca fazem cultos domésticos; 95% nunca levam uma alma a Jesus; Uma possível explicação está na falta de uma consagração total ao Senhor. Há uma espécie de cristianismo anêmico em nossas igrejas. Quase nos assemelhamos aos cristãos que são puramente nominais e não convertidos. Uma vida cristã assim entristece muito ao Senhor. Apenas uma vida inteiramente consagrada pode agradar a Deus. Vejamos o exemplo de Jacó, que mesmo sendo um escolhido de Deus vivia de uma maneira derrotada. Ele era de uma família escolhida, que tinha grandes promessas, mas isto não lhe trouxe consagração alguma. Aliás, a sua família deixou marcas terríveis em sua vida. Pais divididos, mãe espertalhona. Tudo isso deixou um vazio espiritual no coração do jovem Jacó. O capítulo 27 de Gênesis é um roteiro de mentiras, enganos, armadilhas e juras de morte. Jacó, induzido por sua mãe, comete erros espirituais e familiares sem precedentes. É muito interessante lembrar que Rebeca, a mãe de Jacó, tinha o mesmo princípio de enganar que existia na casa de seus pais. Jacó sente a falta de caráter de Labão anos depois. Se pudéssemos comparar, diríamos que Jacó se converteu quando fugia de seu irmão, em Betel (casa de Deus). Ali ele viu uma escada sob a qual os anjos desciam e subiam até Deus. Ele viu Jesus, que liga a terra ao Céu (Gn 28.10-17). Agora, no texto escolhido, Jacó já é um homem maduro, rico, com uma família formada, mas estava longe de ser o que Deus projetara para ele. Ele não tinha uma vida consagrada. Mas um homem escolhido por Deus para ser patriarca de uma nação santa precisava de uma vida totalmente no altar de Deus. Assim, aqui, em Gênesis 32. 22-32, Jacó tem um encontro maravilhoso com Deus. A maior experiência espiritual de toda a sua vida. E quais são os caminhos que Deus encontrou para fazer uma obra maravilhosa em Jacó? Quais são os caminhos que Deus utiliza para nos tornar mais consagrados, para romper com nossa carnalidade? Podemos identificar, inicialmente, o CAMINHO DA SOLIDÃO. Jacó ficou sozinho. Ele se apartara de sua família (v.22) e de seus pertences (v.23). Ele ficou sozinho com Deus (v. 24). O que aconteceria ali não precisava de espectador. Talvez aqui se aplicasse as palavras de Jesus quando disse que não era importante orar em público. A oração no quarto secreto tem mais valor diante de Deus (Mt 6.5-8). Jacó está com muito medo. Ele fora orientado que seu irmão vem contra ele com quatrocentos homens (Gn 33.1). Ele não tem chance alguma de escapar. Ele então buscou a solidão, para na solidão, conversar com Deus. A vida cristã é na sua maior parte comunitária. Nós cantamos juntos, oramos juntos, servimos juntos, evangelizamos juntos; mas há na vida de cada filho de Deus a necessidade de alguns encontros assim, solitários, no quarto secreto, naquele lugar onde somente Deus os vê. Moisés teve momentos assim no Monte Sinai; Davi se viu assim na Caverna de Adulão, Jonas somente podia falar com Deus no ventre do grande peixe; Jesus também gostava da solidão para falar pessoalmente com seu Deus. O homem ocidental não gosta da solidão. É possível que nenhum de nós goste dela. Fugimos dela escondidos em nossos contatos e redes sociais. Mas nada de profundo espiritualmente acontecerá em nossos corações, se não trilharmos o caminho que nos leva a uma montanha onde está somente Deus. Talvez a melhor forma de fazer uma ponte entre esta experiência de Jacó com a nossa é desenvolvermos o maravilhoso hábito da prática devocional individual. Devemos orar com nossa família; devemos orar com nossos irmãos; mas jamais podemos abdicar de experiências solitárias de oração. Conversar com Deus diretamente, sem nada entre nós e Ele, é uma experiência santificadora. Entendo que um devocionário, seja ele o melhor possível, possa promover aquela mudança que somente com um contato direto com Deus e sua Palavra, podem fazer. Talvez um devocionário possa causar mais mal do que bem, se ele for a única fonte de contato entre um crente e seu Deus. Você somente se tornará um crente consagrado se encontrar tempo de ficar a sós com Deus. Uma outra forma de Deus nos tornar mais consagrados é nos levando ao CAMINHO DO ESFORÇO. Jacó lutou com Deus a noite toda (v.24-26). Possivelmente nenhuma pessoa sobre a face da terra poderá perscrutar e entender o que aconteceu ali. Deus e o homem em uma luta física. Deus, em forma corpórea, lutava com Jacó. Por parte de Deus há uma clara reserva de Poder (v.25), por parte de Jacó, uma desesperada tática para ser abençoado. O Deus que não pode ser visto não quis esperar o romper da manhã em seu embate com Jacó. Derek Kidner tem uma maneira alvissareira de descrever o que aconteceu ali: Era contra Deus, não contra Esaú ou Labão, que ele estivera medindo forças, com agora descobriu. Contudo a iniciativa fora de Deus, como o foi nessa noite, para depurá-lo do seu orgulho e desafiar a sua tenacidade. O fato de aleijá-lo e de dar-lhe outro nome mostra que os fins de Deus continuavam sendo os mesmos: queria ter para Si toda a disposição que Jacó tinha para vencer, alcançar, conseguir, mas expurgada da auto-suficiência e reorientada para o objeto certo do amor humano- Deus mesmo. Era derrota e vitória em uma luta só. E continua Kidner: Lutou com Deus e prevaleceu (Oseias 12.4). Esta é a linguagem dar força. Chorou e lhe pediu mercê (Oseias 12.4). Esta é a linguagem da fraqueza. Depois do ferimento sofrido,

O FORTALECIMENTO DA FAMÍLIA CONTRA AS IDEOLOGIAS CONTRÁRIAS À FÉ CRISTÃ

Após a mentira penetrar na história da humanidade, ela nunca mais a deixou. Tudo começou com a mentira que a serpente contou a Adão e ele mordeu a isca (Gn 3). A mentira também fez parte da vida de outros homens como Abraão, quando quis preservar sua vida (Gn 12), também com Jacó, que enganou seu pai Isaque (Gn 27) e o próprio Jacó que experimentou do mesmo veneno (Gn 29). Uma pauta ideológica pode ser normal, desde que não fira as verdades das Sagradas Escrituras. E toda ideologia que negue as verdades bíblicas é uma mentira. Os cristãos estão inseridos em uma forte guerra na qual são atacados por ideologias, falácias e narrativas em que, por trás delas, se escondem muita mentira e engano. Como o cristão pode proteger a sua família dessas artimanhas falaciosas de Satanás? A única arma eficiente e suficiente para vencer nessa batalha é a verdade, que é o evangelho. Jesus disse: “Santifica-os na verdade, a tua palavra é a verdade” (João 17.17). A verdade do Evangelho é o nosso prumo para nos deixar verticalmente alinhados e é o nosso GPS para nos orientar quanto ao melhor caminho a seguir. Há pelo menos duas importantes decisões com relação à verdade do evangelho. A primeira decisão é: aplicar o Evangelho a si mesmo. É incoerente ensinar algo que não se aplica a si mesmo. É necessário que antes de ensinar o evangelho, ele seja vivido e experimentado em abundância. O anúncio dado dentro das aeronaves antes de toda viagem é que, se houver despressurização, máscaras ficarão à disposição, porém o passageiro deve colocar primeiro em si para depois ajudar outras pessoas. Tiago escreveu em sua carta: “Sejam praticantes da palavra e não somente ouvintes, enganando a vocês mesmos” (1.22). Esse ensino de Tiago foi uma reverberação das palavras de Jesus em Mateus 7.24: “Todo aquele, pois, que ouve estas minhas palavras e as pratica será comparado a um homem prudente que construiu a sua casa sobre a rocha”. Jesus disse que se torna imprudente quem negligencia esse princípio e as consequências são desastrosas (26,27). A segunda decisão é: aplicar o Evangelho a sua casa. Os pais têm a desafiadora e honrosa missão de cuidar do seu lar. E em tempos tão difíceis, eles precisam ser fiéis ao Senhor e comprometidos com o ensino do evangelho. Todo pai precisa entender que a igreja é uma boa parceira na educação cristã de seus filhos, mas o papel principal nessa educação é dos pais. É responsabilidade deles, ler e ensinar a Bíblia para os seus filhos, motivá-los e instruí-los no desenvolvimento espiritual, aconselhá-los e corrigi-los em seus erros. Davi foi um mal exemplo quanto à correção de seus filhos; Adonias era um de seus filhos e quando quis usurpar o trono que seria de Salomão, seu pai, Davi, nada fez e o texto ainda relata: “jamais o seu pai o contrariou” (1Rs 1.6). Algum pai pode ter certo receio e questionar: será que tudo que faço garantirá a firmeza da minha família quanto às pressões de tantas ideologias? O Senhor, hoje, chama cada pai à fidelidade, os resultados não são administrados por nós (1Co 3.7). A batalha é renhida pois as ideologias têm crescido e se tornado cada vez mais fortes. Mas é importante sempre lembrar que maior é O que está conosco. Pr. Cícero Muniz Pastor da ICE do Gama – DF