O Quarto Mandamento – Do sábado para o domingo, do domingo para o descanso eterno

O quarto mandamento está registrado em Êxodo 20.8-11. Deus quer que nos lembremos do dia de sábado para o santificar, com o seguinte propósito em vista: devemos empenhar todo o nosso esforço em fazer todo o nosso trabalho em seis dias, para que no sétimo, descansemos e desfrutemos da comunhão com Deus. O ensinamento desta passagem tem duas direções, vertical e horizontal. Este mandamento diz respeito a Deus e ao homem. É culto a Deus e descanso e alegria para o homem. 1) Deus santificou e abençoou o sábado (Êx 20.8,11) Lembrar – Deus traz à memória o que está escrito em Gn 2.1-3. Deus concluiu sua obra de criação na sexta-feira e Jesus concluiu sua obra de redenção também sexta-feira, ‘está consumado’ (Jo 19.30).[1] Santificar – Deus separou este dia para ser diferente dos demais dias, havia uma peculiaridade neste dia, ele não era comum, trivial, mas santo. Abençoou – Deus tornou este dia abençoado. O que isso significa? Ser abençoado por Deus é tornar-se fértil, produtivo, grande, traz consigo a ideia de multiplicidade. Dizer que Deus abençoou o sábado é o mesmo que dizer que ele tornou este dia agradável, delicioso, prazeroso e cheio de alegria. 2) Deus proibiu o trabalho no sábado (Êx 20.9,10) Tempo para o homem – “Seis dias trabalharás” é a ordem do Senhor para que o ser humano organize sua vida de tal forma que, no sétimo, não seja necessário fazer nenhuma outra atividade. A Bíblia tem muito a dizer sobre o trabalho, pois ele aparece nas Escrituras como uma dádiva divina e não como uma maldição. No verso 10 temos a continuidade do verso 9. A ordem é para que não se trabalhe de modo algum, todo labor produtivo deveria ser paralisado, a nação inteira parava. O texto é explícito “não farás trabalho algum”. 3) Deus é o dono do sábado (Êx 20.10) Tempo para o Senhor – Este dia é do Senhor, deve-se separar todo o tempo para Ele. O Antigo Testamento nos informa repetidas vezes quando e como Deus, o Senhor, desejava ser especificamente cultuado, a saber, no Sábado e nas festas. Esta adoração com gratidão e alegria expressava o relacionamento do povo com Deus. Era um dia separado para o culto, para alegria, contentamento e confraternização. Deus insiste no fato de que era o ’sábado do Senhor’. O “sábado é o complemento e a garantia dos primeiros três mandamentos, que nos ordenam adorar a Deus e dar-Lhe o primeiro lugar em nossa vida”.[2] 4) O sábado é dia de descanso (Êx 20.11) . “O Senhor descansou” – Deus cessou seu trabalho, descansou de toda sua obra de criação, ele fez uma obra completa e parou de trabalhar. O Senhor deseja que seu povo faça o mesmo. A criação e a redenção são dois motivos para a sua observância; aquele, para todos os homens, e este, para Israel especialmente. Tomar alento – Ou seja, revigorar-se. Esse é o propósito deste dia. O livro de Êxodo nos mostra com dois belos versículos esta verdade preciosa: “Seis dias farás a tua obra, mas, ao sétimo dia, descansarás; para que descanse o teu boi e o teu jumento; e para que tome alento o filho da tua serva e o forasteiro” (Êx 23.12). E ainda: “Entre mim e os filhos de Israel é sinal para sempre; porque, em seis dias, fez o SENHOR os céus e a terra, e, ao sétimo dia, descansou, e tomou alento” (Êx 31.17). 5) Jesus e o sábado Devemos entender que quando o texto de Êxodo 20.8-11 diz que era para o homem trabalhar seis dias e descansar no sétimo, nos ensina que quando Deus ordenou este mandamento Ele estava também pensando no bem-estar do homem, no aspecto geral: físico, espiritual e emocional. Considerando isso podemos dizer que o sábado também é do homem. Jesus diz que o sábado foi feito por causa do homem. Em Mateus há duas ocorrências. A primeira, quando os discípulos comem cereais e a segunda, quando Jesus cura o homem da mão ressequida. (Mt 12.1-8; 9-14). Outras duas ocorrências estão em Lucas. A primeira, da mulher que andava encurvada, vivia presa por Satanás e a segunda, a cura de um homem paralítico (Lc 13.10-17; 14.1-6). As últimas duas ocorrências estão em João. A primeira, é a cura do paralítico do poço de Betesda e a segunda, a cura do cego de nascença (Jo 5.1-18; 9.1-7,14,16). O sábado foi criado também para o homem e deste modo deve beneficiar seu bem-estar. Jesus pôde ensinar com propriedade sobre o sábado pois Ele é Senhor do sábado: “de sorte que o Filho do Homem é senhor também do sábado” (Mc 2.28). Como chefe do sábado Jesus ensinou a fazer o bem: “Fazer o bem, salvar de um perigo, recuperar a vida, sarar o doente e alimentar o jumento (Lc 13.15-16) são equivalentes positivos do quarto mandamento no Novo Testamento”.[3] 6) Mudança do sábado para o domingo Há razões para a mudança e podemos dizer que são: Jesus ressuscitou no domingo (Mt 28.1-6); foi no domingo que ele apareceu aos discípulos (Jo 20.1,19,26) e aos dois discípulos que caminhavam para Emaús. (Lc 24.1,13,36); João teve a revelação, em Apocalipse, “no dia do Senhor” Ap. 1.10; e o Espírito Santo desceu e inaugurou a Igreja num domingo, pois o Pentecoste é comemorado cinquenta dias depois do sábado da Páscoa. E foi nesse mesmo dia que Pedro levou pelo menos três mil pessoas ao arrependimento e batismo. Há evidências históricas de que a Igreja primitiva guardava o primeiro dia da semana. Joseph A. Pipa escreve: “Assim como os sinais da circuncisão e da Páscoa foram mudados para os sinais da nova aliança do Batismo e Ceia do Senhor, a observância do sábado do sétimo dia foi mudado para um sábado do primeiro dia e continua a funcionar como um sinal para o povo de Deus”.[4] 7) O sábado eterno Jesus Cristo é o nosso repouso eterno (Hb 4.9-11; Ap 14.13). A guarda do dia do Senhor nos aponta para nosso descanso sabático eterno, nos capacita a olhar além de nossas
PAULO: “TEM CUIDADO DE TI MESMO”

“Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina … Continua nestes deveres” – 1Tm 4.16 Paulo aqui está exortando o jovem pastor Timóteo à fidelidade no ministério. “Ninguém o despreze por você ser jovem, pelo contrário, seja um exemplo” (v.12) O cuidado pessoal do pastor – “Cuida de você mesmo e da doutrina”. Aqui sou eu, John Barnett, um pastor de 87 anos, exortando meus colegas, pastores jovens e pastores mais maduros na vida cristã. Paulo sabia que um líder do povo de Deus precisa ter o desejo de liderar, gozar do respeito dos membros, e de ser capaz de adaptar-se às circunstâncias que variam de um dia para o outro. Mas, junto ao desejo legítimo de liderar, há um inevitável recuo emocional. Refletindo sobre nossas limitações, pensamos: “quem é suficiente para estas coisas?”. Apesar de ser um grande privilégio ser pastor, como Paulo diz: “Se alguém deseja o episcopado, excelente obra almeja”, diferentemente de outras esferas de liderança, a liderança cristã exige humildade. É nesta tensão entre a aspiraçãoe o reconhecimento da nossa insuficiência que a fiel liderança é exercitada. Mas a liderança efetiva não depende da nossa capacidade de liderar e sim do nosso relacionamento com Deus, do tempo gasto a sós com Deus diariamente e da nossa santidade. O pastor tem que viver uma vida santificada. No fim do seu ministério, será que você vai ser lembrado como um pastor bem-sucedido? Pode ser que sim, mas o que isto importa? Não é sobre o que seus parentes e amigos vão dizer, mas sobre o que Deus dirá no dia da sua morte.Veja o que Paulo falou em 1Co 3:12-15: “Se o que alguém edifica sobre o fundamento é ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno ou palha, a obra de cada um se tornará manifesta, pois o Dia a demonstrará… Se aquilo que alguém edificou sobre o fundamento permanecer, esse receberá recompensa. Se a obra de alguém se queimar, esse sofrerá dano”. Que desafio! O que você quer ouvir dos lábios do seu Salvador é “Servo fiel … entra”. Seu alvo deve ser tornar-se um líder fiel, e servir bem a sua igreja, porque a vida espiritual do pastor determina, em grande parte, a vida espiritual da congregação. Isso quer dizer que nosso sucesso, nossa fidelidade e nossa liderança durarão na eternidade. Como definir um ministério de sucesso Humanamente falando, Paulo teria falhado quando ele escreveu sua segunda carta a Timóteo. Afinal, ele estava na prisão, enfrentando a execução. Seus seguidores o estavam abandonando, e algumas igrejas que ele tinha fundado estavam enfrentando divisão interna e perseguição. E, enquanto sofria na prisão, ele não sabia que as igrejas que havia plantado estavam crescendo de uma maneira sobrenatural. Mesmo assim Paulo não via sua vida como um fracasso, sem sucesso. Ele chamou Timóteo para viver uma vida de “sucesso” eterno – com um alvo somente. O alvo do obreiro deve ser “Procure apresentar–se a Deus aprovado” (2Tm 2.15). No cuidado pessoal do pastor há requerimentos para o obreiro. O primeiro, ser um exemplo para os crentes, “na palavra, na conduta …” (1Tim 4.12), vivendo uma vida autêntica. O segundo, “manejar bem a palavra da verdade”. Isso deve ser o ponto alto do nosso ministério. A Bíblia é nossa última autoridade em doutrina e comportamento porque é a palavra da verdade. É a palavra que se originou na mente de Deus – o que Ele tem falado. Não podemos ensinar qualquer outra coisa. Infelizmente é isso que tem acontecido em muitos púlpitos. O pastor se levanta e lê uma ou duas frases de uma passagem bíblica e usa como ponto de partido para justificar seus próprios pensamentos. Não! Um ministério abençoado é quando “manejemos bem a palavra da verdade”. Paulo insiste que o fiel obreiro “pregue a palavra, insista, quer seja oportuno, quer não e … cumpra plenamente o seu ministério” (2Tm 4.2,5). Pr. John Barnett Editora Cristã
EXISTEM MESMO MALDIÇÕES HEREDITÁRIAS?

Um filho de Deus, salvo em Cristo Jesus, pode ser alvo de alguma maldição, seja ela hereditária ou fruto de alguma palavra maldosa de alguma pessoa? Será que um servo do Senhor deve ser refém de qualquer maldição? Vejamos o que as Escrituras nos ensinam: 1- Toda maldição é imposta por Deus na Bíblia. Não existe nas Escrituras nenhuma maldição para o povo de Deus que não tenha vindo do próprio Deus. Deus é quem amaldiçoou a terra, o jardim, Caim, bem como o povo de Israel. Em todos as circunstâncias, Deus o fez por causa do pecado do seu povo (Gn 3.14, 4.11; Dt 28. 14 a 68; Ml 2.2; 4.6). Nenhuma maldição na Bíblia foi imposta ao povo de Deus, por Satanás ou por algum homem. Nenhuma praga chegou sem que viesse pelas mãos do Senhor. O pecado atrai o juízo de Deus sobre o seu povo (Is 28. 14-22; Ez, 34,10; Jr. 25.18). A única forma de não ser amaldiçoado por Deus é a obediência. A obediência, o arrependimento, a confissão sincera, é o caminho para ser abençoado, e não amaldiçoado por Deus. Fazer sessões de quebra de maldição, então, não tem sentido algum. Isto seria brigar contra Deus, o único que amaldiçoa. Deus providenciou o recurso para abençoar o seu povo, o arrependimento, o abandono do pecado, a confissão sincera, e nada mais. 2- A maldição do pecado original é quebrada com entrega da vida a Cristo. Em Adão todo homem se tornou maldito diante de Deus. A partir do pecado de Adão, nosso representante federal, todos os homens se fizeram malditos diante de Deus (Gn 3.17). Se em Adão a maldição foi imposta a todo o homem, em Jesus temos a redenção. Ao morrer na cruz Jesus nos chama para a bênção, pagando a nossa dívida para com o Pai e não há mais qualquer condenação. Em Cristo o homem se torna alvo das bênçãos de Deus (1 Co. 15.45; Cl 2.14, 15; Rm 8.1). Não há mais dívida com Deus para os que foram resgatados por Jesus. Em Cristo tudo se fez novo (2 Co 5.17). Também nenhuma aliança, ou pacto de nossos antepassados como o diabo, ou qualquer obra de feitiçaria ou subsistem ao poder do sangue de Jesus que nos purifica de todo o mal (1 Jo 1.7). 3 – O salvo deve se proteger através das práticas devocionais. Mesmo salvos e em comunhão com Cristo, qual deve ser a nossa atitude diante das investidas de Satanás? Satanás não tem autoridade de agir contra qualquer filho de Deus a não ser com a permissão de Deus, como no caso de Jó. A nossa resposta é sempre ao lado de Deus. Devemos tomar diariamente a armadura do Senhor para resistir nos dias maus. As práticas devocionais, como a oração, a leitura da Bíblia, a confissão, a comunhão com os irmãos, são instrumentos valiosíssimos para vencermos Satanás e nos livrarmos de suas ciladas. (1 Pe. 5:8; Ef. 6:12-19). A falta destas práticas devocionais nos deixam vulneráveis aos ataques de Satanás. Devemos dizer o que disse um puritano: Marquei um encontro com o diabo, atrás da cruz de Cristo. O diabo não foi. Precisamos estar à sombra de Deus o tempo todo. Fazendo assim, jamais seremos atingidos pelos dardos do maligno (Sl. 91). O pecado em nossa vida é como uma maldição, uma porta aberta para as tentações. O pecado de nossos antepassados pode trazer sobre nós consequências ruins, mas jamais maldição. E mesmo estas consequências podem ser eliminadas ou diminuídas pela atuação do Espírito Santo em nós. Corramos sempre para Jesus, nos escondamos atrás de sua cruz; descansemos à sombra do Onipotente. Se somos salvos e andamos com Jesus, vendo o seu rosto diariamente, não temos que temer o inimigo nem as suas obras. Andemos na luz e não nos preocupemos com o diabo e suas mentiras. Deus te abençoe. Luiz César N. de Araújo Presidente da ICEB