LÍDERES CAPAZES E QUE CAPACITAM

E o que de minha parte ouviste através de muitas testemunhas, isso mesmo transmite a homens fiéis e idôneos para instruir a outros (2 Tm 2.2) O Apóstolo Paulo, em seus dias de prisão e já prevendo a sua morte, muito se preocupou com a continuidade da obra de Deus. Ele escreve a Timóteo, seu principal discípulo, para que ele coloque em prática o princípio de liderança capacitadora, dentre outros assuntos. Toda igreja deve ter uma liderança capaz, mas essa precisa ser também capacitadora, deve treinar outros líderes para ajudá-la em seu trabalho e para substituí-la em algum tempo. Jesus treinou os discípulos para darem continuidade a sua igreja. Em nossas Igrejas temos muitos líderes capazes, que cumprem bem o seu ofício e ministério, mas é preciso dar um passo a mais. Esses líderes precisam capacitar outros para a mesma obra, caso contrário, com a ausência desses, o trabalho poderá ser interrompido. Bons líderes fazem o trabalho, mas também capacitam outros para dar continuidade a eles. O próprio Senhor Jesus, conquanto estivesse sempre ocupado com a multidão, reservou um tempo precioso para treinar os seus discípulos, que mais tarde se tornaram os apóstolos. Através deles o trabalho do Senhor teve continuidade de uma forma intensa. No mesmo sentido Paulo treinou a Timóteo, a Tito e muitos outros. Fazendo isso eles garantiram que o Evangelho chegasse até nós. No texto acima ele nos instrui a transmitir o que aprendemos a homens fiéis e idôneos. Todo líder cristão deve buscar se capacitar para não fazer o trabalho do Senhor relaxadamente (Jr 48.10), mas deve garantir que o trabalho de Deus tenha continuidade. A capacitação de novos líderes pode garantir isso. Já no Antigo Testamento temos um exemplo claro do que significa capacitar líderes. Moisés liderava todo o povo de Israel sozinho. Ele estava sempre cansado e o povo desassistido. A partir do bom conselho de seu sogro ele escolheu, treinou e estabeleceu líderes para ajudá-lo. Pronto, tudo ficou mais fácil e produtivo (Êx 18-13-27). Nas igrejas que mais crescem no mundo, conforme pesquisa do Instituto do DNI, na Alemanha, os líderes fazem o seu trabalho, mas enquanto o fazem eles treinam outros. Talvez você esteja na fase de ser capacitado. Neste caso procure ajuda, busque um líder em sua igreja para ajudar em seu treinamento. Outros já estão liderando. Estes têm o desafio de preparar os “Timóteos” e os “Titos” que estão perto de nós. Tudo tem o seu tempo. É importante esse investimento. Capacitar outros para o trabalho do Senhor é um grande desafio, mas vale a pena. Pr. Luiz César Presidente da ICEB

AMOR FRATERNAL E CRESCIMENTO DA IGREJA

Ao refletirmos acerca do amor fraternal e crescimento da igreja se faz necessário nos voltarmos à Palavra de Deus, para que tenhamos luz sobre esse assunto tão essencial para uma vida eclesiástica saudável. Tomemos como modelo de crescimento saudável a igreja de Antioquia. Essa igreja vibrante em seu serviço, comunhão e intimidade com Deus ainda nos inspira em dias atuais. O pesquisador Christian Schwarz, que dirige o Instituto para o Desenvolvimento da Igreja na Alemanha, desenvolveu pesquisas nas quais estudou-se mais de quarenta e cinco mil igrejas, em diferentes países do mundo, a fim de identificar como acontecia o crescimento. Essa pesquisa é o estudo mais abrangente já realizado sobre as razões do crescimento de uma igreja local e, como resultado, Schwarz conseguiu identificar oito características universais que toda igreja que cresce possui. Ele ressalta que o crescimento de uma igreja deve acontecer naturalmente, assim como acontece na natureza. O mais impressionante é que esses mesmos princípios identificados nas igrejas prósperas de hoje podem ser reconhecidos na comunidade cristã de Antioquia dos tempos apostólicos. Se você quiser que sua igreja cresça deve seguir estes mesmos princípios: Liderança Capacitadora, Ministérios Orientados pelos Dons, Espiritualidade Contagiante, Estruturas Eficazes, Culto Inspirador, Evangelização Orientada para as Necessidades, Grupos Pequenos e Relacionamentos Marcados pelo Amor Fraternal. Analisaremos aqui essa última marca, Relacionamentos Marcados pelo Amor Fraternal, pois existe uma íntima relação entre a capacidade de amar de uma igreja e o seu potencial de crescimento. Em muitas igrejas os irmãos formam pequenos grupos fechados, que costumamos chamar de “panelinhas”. Estes pequenos grupos que se formam na igreja, são constituídos, na sua maioria, por amigos de infância e parentes próximos. Em geral, os participantes dessas “panelinhas” acham o clima da igreja muito aconchegante e amistoso e não percebem que os novos crentes e interessados têm dificuldade de se “enturmar”. É como comenta Schwartz: “Esses cristãos consideram-se ‘calorosos’ e ‘abertos’ em relação aos novos, mas comunicam de forma não verbal, em geral involuntariamente, a seguinte mensagem: ‘Vocês não pertencem ao nosso grupo’.” Ser uma comunidade aberta a novos membros era uma das características mais marcantes da igreja de Antioquia. Foi esse fato que chamou a atenção da igreja em Jerusalém. Ela foi a primeira igreja cristã a aceitar sem restrições a presença de gentios entre os seus membros. Aqueles crentes não faziam distinção entre judeus e gregos, todos eram irmãos em Cristo, salvos pelo Seu sangue. Um estudo, realizado por uma grande denominação cristã, identificou que a principal causa de apostasia entre os membros era a falta de relacionamento fraternal. Em 70% dos casos, a principal razão para o abandono da fé estava relacionada com a falta de companheirismo na igreja. Se quisermos ver nossas igrejas crescendo de forma natural e espontânea precisamos estimular o espírito de camaradagem e companheirismo entre os seus frequentadores. Para que sua igreja cresça é preciso que cada uma das marcas que apresentamos acima, esteja presente. Alguns aspectos podem estar funcionando de forma satisfatória na sua comunidade e, se isso já acontece, você precisa investir nas outras áreas em que sua igreja esteja falhando. Isso deve acontecer de forma harmônica para que nenhum ponto seja esquecido ou abandonado. Ajudar uma igreja a crescer exige agir fora da nossa zona de conforto, ou seja, romper a acomodação natural que, em geral, uma igreja vive. Isso dá trabalho, e muitas pessoas podem se opor a essas tentativas de avanço. Contudo os resultados que se colherão provarão que todo o esforço valeu a pena! Pr. Gilvane de Abreu ICE Betesda – DF