Estruturas eficazes para o crescimento sustentável

O conceito de Desenvolvimento Natural da Igreja (DNI) surgiu como um modelo para promover o crescimento saudável e sustentável das igrejas cristãs. Este método, ganhou destaque no final do século XX através dos estudos do teólogo alemão Christian Schwarz[1]. O DNI baseia-se na ideia de que, assim como um organismo vivo, a igreja é composta por elementos que, se bem equilibrados e coordenados, promovem seu crescimento de forma espontânea e harmoniosa. O conceito central do DNI propõe que o papel de pastores e líderes é fornecer as condições adequadas para o crescimento natural, enquanto o próprio “organismo” da igreja responde com vitalidade e crescimento. Esses princípios atuam de forma integrada, sendo que cada um deve ser desenvolvido sem negligenciar os outros, para que a igreja experimente um crescimento equilibrado e sustentável. As Estruturas Eficazes representam um dos elementos mais fundamentais do DNI. Este conceito sugere que as estruturas organizacionais da igreja devem funcionar como uma infraestrutura adaptável e eficiente, promovendo um crescimento que não dependa de ações temporárias ou esforços exaustivos, mas que esteja embasado em processos e sistemas. E essas estruturas organizacionais precisam ser flexíveis para se ajustarem a diferentes fases e contextos. Evitar o excesso de burocracia e focar no essencial ao invés de desperdiçar tempo em formalidades que consomem recursos e desmotivam voluntários. Processos bem definidos ajudam a agilizar a comunicação e o trabalho entre ministérios. Uma estrutura eficaz é composta por líderes e voluntários que têm papéis bem definidos, evitando a duplicidade de tarefas e promovendo a eficiência. Um detalhe importante é que estruturas eficazes não são padronizadas; cada igreja deve criar sistemas que melhor atendam às suas necessidades e ao seu contexto específico. Muitas igrejas, por exemplo, dividem a congregação em pequenos grupos, o que, aliás, é outro elemento de crescimento. Os grupos promovem a comunhão e permitem um acompanhamento mais próximo dos membros. Esse é um exemplo prático de desenvolvimento sustentável observado em igrejas que adotaram um sistema de multiplicação de pequenos grupos. Nessas igrejas, cada grupo, ao atingir um certo número de membros, é incentivado a dividir-se, formando novos grupos. Este sistema não apenas apoia o crescimento numérico, mas também garante que a comunhão e o discipulado continuem sendo elementos centrais na vida da igreja. Outra providência que torna as estruturas eficazes é criar ciclos de liderança nos ministérios, onde voluntários podem assumir papéis de liderança por tempo limitado, evitando o desgaste e permitindo a renovação. E ainda implementar ferramentas de comunicação que facilitem o fluxo de informações entre os líderes e a congregação, como aplicativos de mensagens, e-mails organizacionais e sites interativos. Para que uma igreja cresça de forma contínua e sustentável, é imprescindível que suas estruturas organizacionais apoiem e promovam esse crescimento. Quando há processos claros e eficientes, é possível replicar ministérios e grupos de discipulado com maior facilidade. Estruturas que promovem uma conexão pessoal e engajamento tendem a reter mais membros, pois todos encontram um lugar onde podem servir e ser parte ativa. Estruturas eficazes reforçam o planejamento e a visão de futuro da igreja, facilitando o desenvolvimento de uma cultura congregacional de longo prazo. Estruturas bem organizadas permitem que pastores e voluntários desempenhem suas funções com menor desgaste, contribuindo para um ministério mais duradouro. Outro exemplo disso é o de igrejas que delegam a cada ministério um coordenador específico, criando uma rede de liderança distribuída. Isso garante que o pastor principal não seja sobrecarregado com responsabilidades administrativas, possibilitando que ele ou ela concentre-se na pregação, oração e no cuidado pastoral. As Estruturas Eficazes são o alicerce que sustenta o crescimento contínuo e saudável de uma igreja. Baseando-se nos princípios do DNI, líderes podem criar uma organização dinâmica e adaptável, que responda às demandas espirituais e práticas de seu contexto. Ao adotar uma visão sustentável, pastores e líderes religiosos não apenas fortalecem a igreja para o presente, mas pavimentam o caminho para que ela seja uma presença transformadora em sua comunidade por gerações. Quando pastores e líderes se dedicam a implementar estruturas eficazes, criam as condições necessárias para que o crescimento ocorra de forma natural e integrada, sem esgotamento ou dependência excessiva de um único líder. Essa abordagem equilibra as demandas do ministério com a saúde dos líderes e membros, promovendo uma cultura de serviço genuíno e de desenvolvimento de dons, onde todos se sentem parte ativa do corpo de Cristo. Pr. Paulo Honorato – ICE Ceres/GO [1] Schwarz, Christian A. Desenvolvimento Natural da Igreja: Um Guia Prático para o Crescimento Qualitativo e Quantitativo da Igreja. São Paulo: Editora Vida, 1999.
Grupos pequenos, lugar de bênção

“Subiu a montanha e convidou aqueles que queria consigo…Escolheu a doze, e os designou como apóstolos. O plano era que ficassem com Ele, e Ele os enviaria a pregar a Palavra…”. Marcos 3.12-13 Nos últimos anos vimos e ouvimos muito sobre grupos pequenos (GP´s), como são importantes e ajudam no crescimento da igreja local. Para implantarmos os Grupos Pequenos não devemos nos esquecer que há alguns passos a serem seguidos, tais como: planejamento, envolvimento dos líderes e membros e paciência em todo processo. Tudo deve ser a seu tempo. Em alguns casos, líderes acreditam que simplesmente podem de um dia para o outro montar uma nova estrutura e com simplicidade dividir as pessoas em grupos, seja por idade ou por afinidade, que o sucesso virá. Se fizermos isso apressadamente teremos uma grande chance de errar no processo. Não é simples, porém é absolutamente possível acontecer com oração e paciência. Além de mostrar o projeto para toda a igreja, o primeiro desafio é encontrar famílias acolhedoras, hospitaleiras para receber os grupos em casa, semana após semana, com um bom ambiente, boa iluminação, boas cadeiras, um grupo com confiança e afeto que transmita amor e empatia. E é importante que todos se envolvam: pastores, líderes, membros e congregados, crianças, adolescentes, jovens e adultos. O segundo desafio é encontrar líderes capacitados e preparados que sejam capazes de ensinar, com condições de se reunir de forma constante e relevante, que o contato seja para o crescimento da igreja. Com o exemplo do nosso Senhor Jesus Cristo, quando escolheu seus apóstolos em um grupo pequeno (Mc 3.12-13), aprendemos que a proximidade com outras pessoas é extremamente importante para o crescimento pessoal e numérico da igreja. Schwarz diz: Igrejas que crescem desenvolveram um sistema de grupos pequenos em que cada cristão pode experimentar contato humano, ajuda prática e interação espiritual intensiva[1]. Os GP´s são considerados como evidente alternativa para uma mais eficaz promoção de comunhão entre os crentes (e não crentes) e evangelização. O terceiro desafio é mostrar que os GP´s são lugares em que cristãos aprendem a servir com seus dons. É um grupo que se reúne semanalmente, que possui identidade e ambiente familiar, dá cobertura espiritual para seus membros e ganha novas pessoas para Cristo. Ele funciona como uma família onde todos cuidam uns dos outros. GP´s promovem a comunhão na igreja, o estreitamento de amizades, compartilhamento de problemas, motivos de oração e dos feitos do Senhor, lembrando que uma igreja unida com um mesmo propósito é uma igreja forte, frutífera e que glorifica a Deus. Quando nossos GP´s estão bem ajustados cumprem um dos seus propósitos. O Pr. Luiz César, presidente da ICEB, afirma no artigo Uma Igreja Saudável, publicado no site da ICEB: Lembremos sempre que o termo “desenvolvimento natural da igreja” nos remete para pensamentos da natureza. A igreja é comparada a uma árvore e como tal, se bem cuidada, a seu tempo produzirá frutos. A nossa igreja não cresce por meio da tecnocracia, visto que ela não é uma máquina ou empresa. Ela cresce a partir de sua biologia. Ela é um organismo vivo e como tal cresce e produz frutos[2]. Aprendemos muito com os grupos pequenos e se ouve testemunhos animadores, um espaço para se expressar, com momentos preciosos de oração e comunhão, um lugar para festas, comemorações de aniversários e outras confraternizações, trazendo amizades e fortalecimento de laços. Participe de um GP, incentive outros a participarem, queira se preparar para ser um líder. Você e sua igreja só têm a ganhar com essa bênção que é um Grupo Pequeno. Pr. Darci Júnior – Primeiro Vice-presidente ICEB; Pastor na ICE Sanclerlândia-GO [1] Realce as cores do seu mundo com desenvolvimento natural da igreja – Christian A. Schwarz, Curitiba, PR: Editora Evangélica Esperança, 2010. [2] https://www.igrejacristaevangelica.com.br/post/uma-igreja-saudável – acessado, março 2021
UMA IGREJA SAUDÁVEL

O tema de nosso Calendário denominacional para 2023 é: Igrejas saudáveis gerando novas igrejas. Temos assim uma ênfase inicial, que é a de termos igrejas saudáveis. Estas igrejas, por sua vez geram novas igrejas. Há uma cadência: inicialmente a igreja olha para dentro, depois para fora. Em alguns casos os dois atos são simultâneos: enquanto a igreja se desenvolve, ela também planta outras igrejas. A pergunta que se faz incialmente é: O que é uma igreja saudável? Aqui muitos se dividem e às vezes se unem em definições várias. Christian Schwarz se atreveu a fazer uma pesquisa em mil igrejas, em trinta e dois países, buscando as marcas de qualidades das igrejas que mais cresciam em número de membros e em qualidade. O resultado foi surpreendente. O seu instituto de pesquisa demonstrou que nas igrejas que mais cresciam no mundo havia marcas comuns a todas elas. Estas marcas são: Liderança Capacitadora; Ministérios Orientados pelos dons; Espiritualidade Contagiante; Grupos Familiares; Estruturas Eficazes; Cultos Inspiradores; Evangelização Criativa; e Relacionamentos Marcados por Amor fraternal. Descobertas essas marcas Schwars desenvolveu uma pesquisa que permite à igreja descobrir se ela tem as oito marcas, quais as maiores e as menores, bem como dá orientação para que todas elas sejam alcançadas. Ela pode ser aplicada em qualquer igreja, de qualquer denominação, em qualquer lugar do mundo, e pode ser adquirida junto à Editora Esperança. Atualmente mais de cinquenta mil igrejas participam deste princípio de desenvolvimento, inclusive algumas igrejas da ICEB. Alguns críticos rotulam essas marcas como algo artificial, produzido pelo homem e não pelo Espírito Santo. A resposta dos pesquisadores vem no sentido de mostrar que nenhuma dessas marcas pode ser alcançada sem a total dependência de Deus. Acrescentam ainda que há muito ensino bíblico que demonstra que essas marcas estavam presentes nas igrejas do Novo Testamento. Não é certo que os grupos familiares são vistos já nas primeiras igrejas? E o que dizer do amor fraternal, da liderança capacitadora e assim por diante? Cada uma dessas marcas encontrará o seu fundamento nas Escrituras, sem dúvida. Lembremos sempre que o termo “desenvolvimento natural da igreja” nos remete para pensamentos da natureza. A igreja é comparada a uma árvore e como tal, se bem cuidada, a seu tempo produzirá frutos. A nossa igreja não cresce por meio da tecnocracia, visto que ela não é uma máquina ou empresa. Ela cresce a partir de sua biologia. Ela é um organismo vivo e como tal cresce e produz frutos. Ela se apresenta como algo natural, como uma árvore que tendo as condições próprias, cresce naturalmente. A igreja é como uma lavoura, lavoura de Deus que cresce e se multiplica. As páginas sagradas criam este pensamento. Paulo apresenta este princípio ao dizer que, especialmente em Corinto, ele plantou, Apolo regou, e Deus deu o crescimento sobrenatural. Aqui está a junção do esforço humano com a graça de Deus (1 Co 3.6). Os lavradores não fazem a planta crescer, mas eles cuidam dela até que ela produza. Assim é com a igreja de Deus. Ela crescerá pela intervenção de Deus nela, mas de Deus somos cooperadoros (1 Co 3.9). Que parceria maravilhosa, que princípio espetacular, que privilégio temos nós, o de sermos instrumentos nas mãos de Deus, conquanto frágeis e pecadores. Concluo com uma posição bem clara em minha mente: Uma igreja saudável produz frutos, marcas que a identificam. Particularmente acolho com certa facilidade que estas oito marcas, fruto de exaustiva pesquisa e aplicação, tornam uma igreja, não perfeita, mas saudável, sadia, forte o suficiente para produzir outras igrejas. Pr. Luiz César Presidente da ICEB
RAZÕES PARA IMPLANTAR O DNI NA IGREJA LOCAL

Há mais de 20 anos o Pr. Christian A. Schwarz promoveu uma pesquisa em 32 países, nos cinco continentes, em mais de mil igrejas, buscando as Marcas de Qualidade das igrejas que mais cresciam. O resultado foi fantástico. O nível de acerto foi impactante, bem com a utilização da pesquisa para a criação do Desenvolvimento Natural da Igreja (DNI). O DNI é o maior e melhor auxílio para o desenvolvimento de uma igreja local e está presente em mais de 70 mil igrejas no mundo inteiro. Apresento aqui algumas razões para a utilização do DNI nas igrejas: Existem muitas outras razões para uma igreja conhecer e adotar o DNI como um princípio de desenvolvimento da igreja. As citadas acima já demonstram a amplitude e o valor desse ministério. Desafio aos leitores, pastores e líderes da igreja a conhecerem melhor essa maravilhosa ferramenta de trabalho por meio do material disponível na Editora Esperança. Também há um curso de 12 aulas, disponível no SETECEB (Seminário Teológico Cristão Evangélico do Brasil) que pode ser oferecido, de maneira virtual às igrejas do mundo inteiro. Que Deus nos ajude nessa tarefa. Pr. Luiz César Nunes de Araújo Presidente da Igreja Cristã Evangélica do Brasil