Grupos pequenos, lugar de bênção

“Subiu a montanha e convidou aqueles que queria consigo…Escolheu a doze, e os designou como apóstolos. O plano era que ficassem com Ele, e Ele os enviaria a pregar a Palavra…”. Marcos 3.12-13 Nos últimos anos vimos e ouvimos muito sobre grupos pequenos (GP´s), como são importantes e ajudam no crescimento da igreja local.  Para implantarmos os Grupos Pequenos não devemos nos esquecer que há alguns passos a serem seguidos, tais como: planejamento, envolvimento dos líderes e membros e paciência em todo processo. Tudo deve ser a seu tempo. Em alguns casos, líderes acreditam que simplesmente podem de um dia para o outro montar uma nova estrutura e com simplicidade dividir as pessoas em grupos, seja por idade ou por afinidade, que o sucesso virá. Se fizermos isso apressadamente teremos uma grande chance de errar no processo. Não é simples, porém é absolutamente possível acontecer com oração e paciência. Além de mostrar o projeto para toda a igreja, o primeiro desafio é encontrar famílias acolhedoras, hospitaleiras para receber os grupos em casa, semana após semana, com um bom ambiente, boa iluminação, boas cadeiras, um grupo com confiança e afeto que transmita amor e empatia. E é importante que todos se envolvam: pastores, líderes, membros e congregados, crianças, adolescentes, jovens e adultos. O segundo desafio é encontrar líderes capacitados e preparados que sejam capazes de ensinar, com condições de se reunir de forma constante e relevante, que o contato seja para o crescimento da igreja.  Com o exemplo do nosso Senhor Jesus Cristo, quando escolheu seus apóstolos em um grupo pequeno (Mc 3.12-13), aprendemos que a proximidade com outras pessoas é extremamente importante para o crescimento pessoal e numérico da igreja. Schwarz diz: Igrejas que crescem desenvolveram um sistema de grupos pequenos em que cada cristão pode experimentar contato humano, ajuda prática e interação espiritual intensiva[1]. Os GP´s são considerados como evidente alternativa para uma mais eficaz promoção de comunhão entre os crentes (e não crentes) e evangelização. O terceiro desafio é mostrar que os GP´s são lugares em que cristãos aprendem a servir com seus dons. É um grupo que se reúne semanalmente, que possui identidade e ambiente familiar, dá cobertura espiritual para seus membros e ganha novas pessoas para Cristo. Ele funciona como uma família onde todos cuidam uns dos outros. GP´s promovem a comunhão na igreja, o estreitamento de amizades, compartilhamento de problemas, motivos de oração e dos feitos do Senhor, lembrando que uma igreja unida com um mesmo propósito é uma igreja forte, frutífera e que glorifica a Deus. Quando nossos GP´s estão bem ajustados cumprem um dos seus propósitos. O Pr. Luiz César, presidente da ICEB, afirma no artigo Uma Igreja Saudável, publicado no site da ICEB: Lembremos sempre que o termo “desenvolvimento natural da igreja” nos remete para pensamentos da natureza. A igreja é comparada a uma árvore e como tal, se bem cuidada, a seu tempo produzirá frutos. A nossa igreja não cresce por meio da tecnocracia, visto que ela não é uma máquina ou empresa. Ela cresce a partir de sua biologia. Ela é um organismo vivo e como tal cresce e produz frutos[2]. Aprendemos muito com os grupos pequenos e se ouve testemunhos animadores, um espaço para se expressar, com momentos preciosos de oração e comunhão, um lugar para festas, comemorações de aniversários e outras confraternizações, trazendo amizades e fortalecimento de laços. Participe de um GP, incentive outros a participarem, queira se preparar para ser um líder. Você e sua igreja só têm a ganhar com essa bênção que é um Grupo Pequeno. Pr. Darci Júnior – Primeiro Vice-presidente ICEB; Pastor na ICE Sanclerlândia-GO [1] Realce as cores do seu mundo com desenvolvimento natural da igreja – Christian A. Schwarz, Curitiba, PR: Editora Evangélica Esperança, 2010. [2] https://www.igrejacristaevangelica.com.br/post/uma-igreja-saudável – acessado, março 2021

POVO DE DEUS, NÃO SE AMOLDE A ESSE MUNDO

Escrevo este texto no calor da perda do jornalista brasileiro Ricardo Boechat [1], num acidente de helicóptero em São Paulo. O acidente numa rodovia de grande movimento de carros, o que se tem dito é que uma das vítimas pulou do helicóptero tentando se salvar, porém partes da aeronave ficaram em cima do seu corpo. Uma mulher que estava num carro passando, e viu o ocorrido, desceu para dar socorro e tentar ajudar. Ela viu movimento de pessoas no acidente, porém foi impedida por outras pessoas de tentar o resgate, com alegações de perigo eminente. Ela, não satisfeita, vê que o motorista de um caminhão no qual o helicóptero havia se chocado estava vivo e preso nas ferragens. Que cena desesperadora. Que tensão. Diversos vídeos nas redes sociais estão mostrando a mulher lutando bravamente com mais dois homens pela vida do motorista. Aqui começa minha reflexão. Quero refletir não nas tentativas dessas pessoas em salvar alguém, porém na imagem chocante das pessoas preocupadas em filmar e não em ajudar. Que geração é essa? Que tipo de pessoas nos tornamos? Diversas pessoas ao redor do acidente, gravando e não se preocupando com as vítimas, preocupados tão somente em registrar e repassar os vídeos. Na Palavra de Deus temos exemplos de pessoas que ficaram pacíficas diante de cenas absurdas. Um exemplo é o momento da execução de Estevão (Atos 7.57-58 – versão NVI) [2]: Mas eles taparam os ouvidos e, gritando bem alto, lançaram-se todos juntos contra ele, arrastaram-no para fora da cidade e começaram a apedrejá-lo. As testemunhas deixaram seus mantos aos pés de um jovem chamado Saulo. O texto bíblico nos informa que “todos” estavam contra Estevão. Fico imaginando esse cenário: muitos ficaram ao redor apenas observando, inertes, sem terem reações, não fizeram nada para salvar aquele homem, não falaram nada e não se moveram. E acredito que se tivessem celulares ou filmadoras estariam mais preocupados em filmar do que em salvar ou se preocupar em salvar Estevão, ou quem sabe nem quiseram ouvir o testemunho dele. Na nossa realidade parece-me que as pessoas estão mais felizes em apenas observar “o” passar da vida do que de fato viverem a vida. Preferem ver a vida através das telas de seus dispositivos eletrônicos, do que em se envolver, acredito que muitos ainda vivem o “Mito da Caverna [3]”, acorrentados e presos, apenas vislumbrando as sombras e os “quem sabe” da vida. Quantas injustiças, quantos ataques à infância, quanta violência contra a mulher, contra as minorias, e as pessoas acham já resolvem simplesmente mandando um “post” dizendo que apoiam, que são contra essas atitudes. Ou que somente criticando por meio da internet já seria suficiente. Ledo engano. Quantos erros podemos estar praticando. A Bíblia nos alerta sobre o nosso proceder, Paulo ao escrever em Gálatas 6.6-7. O que está sendo instruído na palavra partilhe todas as coisas boas com quem o instrui. Não se deixem enganar: de Deus não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá. O que nós, homens modernos, temos semeado? Temos deixado que pessoas desconhecidas entrem em nossas casas, através da TV e Internet, nos ensinando que roupa devemos vestir, que carro devemos comprar, que temos que fazer dieta, que temos que fazer isso ou aquilo? Temos tido a errada visão de que apenas observar é melhor que participar? Somos povo de Deus (I Pedro 2.9 Vocês, porém, são geração eleita, sacerdócio real, nação santa, povo exclusivo de Deus, para anunciar as grandezas daquele que os chamou das trevas para a sua maravilhosa luz). E como tal, devemos ter comportamentos diferentes, não devemos nos corromper com o presente século (Romanos 12.2) Não se amoldem ao padrão deste mundo, mas transformem-se pela renovação da sua mente, para que sejam capazes de experimentar e comprovar a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. Devemos ter um procedimento puro, santo. A sociedade precisa de pessoas compromissadas com a verdade, com bom caráter, com personalidade de cristão, identificadas com o verdadeiro cristianismo. Que o Senhor Jesus Cristo, nos ajude nessa caminhada. Somente a Ele a glória. [1] https://pt.wikipedia.org/wiki/Ricardo_Boechat [2] Versão da Bíblia Nova Versão Internacional [3] https://brasilescola.uol.com.br/filosofia/mito-caverna-platao.htm Pr. Darcí Júnior