AMOR FRATERNAL E CRESCIMENTO DA IGREJA

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Gilvane de Abreu

Ao refletirmos acerca do amor fraternal e crescimento da igreja se faz necessário nos voltarmos à Palavra de Deus, para que tenhamos luz sobre esse assunto tão essencial para uma vida eclesiástica saudável. Tomemos como modelo de crescimento saudável a igreja de Antioquia. Essa igreja vibrante em seu serviço, comunhão e intimidade com Deus ainda nos inspira em dias atuais.

O pesquisador Christian Schwarz, que dirige o Instituto para o Desenvolvimento da Igreja na Alemanha, desenvolveu pesquisas nas quais estudou-se mais de quarenta e cinco mil igrejas, em diferentes países do mundo, a fim de identificar como acontecia o crescimento. Essa pesquisa é o estudo mais abrangente já realizado sobre as razões do crescimento de uma igreja local e, como resultado, Schwarz conseguiu identificar oito características universais que toda igreja que cresce possui.

Ele ressalta que o crescimento de uma igreja deve acontecer naturalmente, assim como acontece na natureza. O mais impressionante é que esses mesmos princípios identificados nas igrejas prósperas de hoje podem ser reconhecidos na comunidade cristã de Antioquia dos tempos apostólicos. Se você quiser que sua igreja cresça deve seguir estes mesmos princípios: Liderança Capacitadora, Ministérios Orientados pelos Dons, Espiritualidade Contagiante, Estruturas Eficazes, Culto Inspirador, Evangelização Orientada para as Necessidades, Grupos Pequenos e Relacionamentos Marcados pelo Amor Fraternal.

Analisaremos aqui essa última marca, Relacionamentos Marcados pelo Amor Fraternal, pois existe uma íntima relação entre a capacidade de amar de uma igreja e o seu potencial de crescimento. Em muitas igrejas os irmãos formam pequenos grupos fechados, que costumamos chamar de “panelinhas”. Estes pequenos grupos que se formam na igreja, são constituídos, na sua maioria, por amigos de infância e parentes próximos.

Em geral, os participantes dessas “panelinhas” acham o clima da igreja muito aconchegante e amistoso e não percebem que os novos crentes e interessados têm dificuldade de se “enturmar”. É como comenta Schwartz: “Esses cristãos consideram-se ‘calorosos’ e ‘abertos’ em relação aos novos, mas comunicam de forma não verbal, em geral involuntariamente, a seguinte mensagem: ‘Vocês não pertencem ao nosso grupo’.”

Ser uma comunidade aberta a novos membros era uma das características mais marcantes da igreja de Antioquia. Foi esse fato que chamou a atenção da igreja em Jerusalém. Ela foi a primeira igreja cristã a aceitar sem restrições a presença de gentios entre os seus membros. Aqueles crentes não faziam distinção entre judeus e gregos, todos eram irmãos em Cristo, salvos pelo Seu sangue.

Um estudo, realizado por uma grande denominação cristã, identificou que a principal causa de apostasia entre os membros era a falta de relacionamento fraternal. Em 70% dos casos, a principal razão para o abandono da fé estava relacionada com a falta de companheirismo na igreja. Se quisermos ver nossas igrejas crescendo de forma natural e espontânea precisamos estimular o espírito de camaradagem e companheirismo entre os seus frequentadores.

Para que sua igreja cresça é preciso que cada uma das marcas que apresentamos acima, esteja presente. Alguns aspectos podem estar funcionando de forma satisfatória na sua comunidade e, se isso já acontece, você precisa investir nas outras áreas em que sua igreja esteja falhando. Isso deve acontecer de forma harmônica para que nenhum ponto seja esquecido ou abandonado.

Ajudar uma igreja a crescer exige agir fora da nossa zona de conforto, ou seja, romper a acomodação natural que, em geral, uma igreja vive. Isso dá trabalho, e muitas pessoas podem se opor a essas tentativas de avanço. Contudo os resultados que se colherão provarão que todo o esforço valeu a pena!

Pr. Gilvane de Abreu

ICE Betesda – DF

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